segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Apoio à contragosto
Presidente Lula cancela agenda em Brasília pressionado pelo partido
katia Lemos e João Luis Pinheiro

As eleições municipais, realizadas em 05/10/2008, em muitas capitais, mostraram que a influência da alta popularidade vivida pelo presidente Lula, pode traduzir-se em votos. Porém, em São Paulo, a candidata Marta Suplicy (PT) não se beneficiou desta vantagem, mesmo com toda a segurança que passou durante a campanha.
O estudante de engenharia da Universidade São Judas Tadeu Marcos Rocha relata que “a opção preferencial feita pelo presidente no seu mandato aos programas sociais alavancou seu prestígio e, isso, consequentemente, vai ser transferido ao candidato apoiado por ele”, afirma.
Nesta sexta-feira, 10/10/2008, o presidente, pressionado pela direção do PT, cancelou sua agenda e viajou à capital paulista para socorrer a candidatura da ex-prefeita no segundo turno. Na estratégia eleitoral consta o encontro com pastores evangélicos e católicos para mudar a imagem da candidata, associada a ampliação de direitos dos homossexuais e a legalização do aborto.
Já Glória Viveiros, diz que “o apoio de Lula aos candidatos a prefeito não mudará o resultado das eleições, pois ele só fala besteira”, afirma a estudante de Marketing na Universidade São Judas. Para a universitária não adiantará o pedido de socorro feito por Marta a primeira-dama Marisa Letícia.
Além de tentar os votos da classe média, o foco da campanha de Marta é diminuir seu alto índice de rejeição, na casa dos 35%. No mês passado, ela discutiu com pastores da Igreja Batista ao sair em defesa dos direitos dos homossexuais. A entrada de Gilberto Carvalho (ex-seminarista e chefe de gabinete do presidente) deverá auxiliar nesta luta.
A última pesquisa divulgada pelo DataFolha aponta que o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) está com uma vantagem de 17 pontos percentuais de vantagem em relação a candidata petista.