terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Enigma das Células-tronco
Entenda o que realmente acontece no mundo da medicina

Por Kátia Lemos

Elas são de diversos tipos e verdadeiros tesouros, muito polêmicas devido originar outros tipos de células e trazer a possibilidade de cura de diversas doenças. Suas pesquisas começaram no início do século 20, com os alemães embriologistas Hans Spemann (1869-1941) e Jacques Loeb (1859-1924) quando decidiram decifrar os segredos das células – tronco. Depois de anos de pesquisa, em 1996, o nascimento da ovelha Dolly, trouxe o primeiro clone mamífero a partir de uma célula adulta diferenciada, dando então continuidade às fabulosas pesquisas.
As Células-tronco são células primitivas, produzidas durante o desenvolvimento do organismo, e se classificam da seguinte maneira: 1- Totipotentes podem produzir todas as células embrionárias; 2- Pluripotentes podem produzir todos os tipos celulares do embrião, menos placenta e anexos; 3- Multipotentes podem produzir células de várias linhagens; 4- Oligopotentes podem produzir células dentro de uma única linhagem; 5- Unipotentes produzem somente um único tipo celular maduro.
As células – tronco também conhecidas como células – mãe, possuem a melhor capacidade de se dividir, tendo como principal objetivo de pesquisas o uso em recuperar tecidos danificados por doenças e traumas. Do ponto de vista ético dos cientistas a regeneração da célula pode trazer vida e mudar a história.
Com o uso dessas células, os cientistas poderiam testar efeitos terapêuticos e colaterais de drogas em tecidos humanos sem ter que usar animais.

As Doenças
Os avanços da medicina fizeram com que muitas pessoas portadoras de genes prejudiciais, produtores de doenças, passassem a ter sobrevivência maior, de maneira que, paradoxalmente, a medicina está contribuindo para aumentar a freqüência dos genes nocivos nas populações modernas.
Antigamente esses genes eram eliminados pela seleção natural com a morte de seus portadores; hoje a medicina consegue prolongar a vida e muitas vezes colocar os afetados em condições de se reproduzir e, portanto, do passar os genes para a geração seguinte.
Destacam-se algumas doenças que podem ser revertidas com as células – tronco: 1- Acondroplasia, forma de nanismo produzida por um distúrbio do crescimento devido a uma deficiência da ossificação endocondral. Tem freqüência de 01 afetado por 10.000 nascidos vivos, é produzida por um gene autossômico dominante de penetrância completa, de modo que todos os portadores do gene apresentam a doença; 2- Retinoblastoma, tumor ocular que se inicia na retina e daí crescem em direção ao vítreo, dando a forma endofítica, de fácil diagnóstico precoce, ou desenvolve-se por trás da retina (forma exofítica). Afeta 1 em 20.000 recém – nascidos, de igualmente os sexos; 3- Mongolismo é o mais freqüente das síndromes de defeitos congênitos múltiplos associados a retardo mental, afeta 1 a 2 por 1.000 nascidos vivos; 4- Distrofia muscular decorre de lesão primária da fibra muscular, provocam enfraquecimento progressivo do tecido muscular por afetar a musculatura esquelética, atinge 1 em 7.000 nascidos.
Todas essas doenças têm em comum um substrato genético, ou seja, a alteração em certos genes que condiciona o aparecimento da enfermidade. “ É importante deixar claro que nem toda doença genética é hereditária. O fato de não ter história familiar não impede da criança uma mutação nova e espontânea ou um erro genético na geração”, médica geneticista Mayana Zatz, presidente da Associação Brasileira de Distrofia muscular.
“É preciso deixar claro. Nem todo caso é genético!” Mayana.
A cientista ainda revela que os pais sofrem muito, o sonho de qualquer pai é ver o filho crescer, ficar adulto e com o tempo a situação é outra, a expectativa de vida diminui. No momento, ela trabalha com cachorros na USP, porém confiante informa que dentro de três a cinco anos, seja possível testar essas células em seres humanos.
Já a médica geneticista Adriana Nascimento pensa um pouco diferente, “as coisas não são tão simples como todos pensam”. “Em todo o processo o difícil é ensinar as células, como comandar que ela se torne algo, se você a envia para o coração, como ela vai saber que deve se tornar uma artéria, por exemplo,”.
Adriana revela que o nome de tudo é o da geneticista Mayana Zatz, que ninguém melhor do que ela para explicar os resultados e projetos sobre célula-tronco.
É necessário primeiro testar as células em estudo para saber se têm capacidade de atuar como a fonte, para isso se tem dois tipos de teste, o primeiro envolve a injeção de células TE no tecido de um animal; caso se forme um teratoma (um tumor característico, contendo células de todas as três camadas embrionárias), fica comprovada a sua pluripotência. Outra forma de testar supostas células TE consiste em marcá-las e depois injetá-las em um embrião em desenvolvimento. Quando o animal nasce, se as células marcadas aparecerem em todos os seus tecidos, a linhagem é considerada pluripotente.

Pesquisas no Brasil
Páis que permite a utilização de células – tronco produzidas a partir de embriões humanos para fins de pesquisa e terapia, desde que sejam embriões inviáveis ou estejam congelados há mais de três anos. Mesmo assim, é necessário o consentimento dos pais. A comercialização do material biológico é crime.
Os tratamentos com células – tronco são feitos apenas em grandes centros de pesquisa, como os grandes hospitais e somente para pacientes que assinam um termo de consentimento e concordam em participar desses estudos clínicos.
O Ministério da Saúde aprovou um orçamento de R$ 13 milhões em três anos para a pesquisa das células – tronco da qual participam alguns grandes hospitais brasileiros como o Instituto do Coração – SP, Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras – RJ, entre outros.
Como a terapia utiliza células – tronco autólogas, o estudo não sofre influência da Lei de Biossegurança, recém aprovada no Senado, além disso, o Brasil está investindo em terapia células – tronco voltada a outras doenças, como distrofia muscular, esclerose múltipla, câncer, traumatismo de medula espinhal, etc.
Sendo assim, o futuro da medicina será muito próspero e conseguirá trazer muitas vantagens a todos os seres humanos.

Religião x Ciência
Porque os religiosos teimam em não aceitar a cura para pacientes que não tem vida?

As células – troncos verdadeiros mistérios da ciência carregam a polêmica de vida ou morte, conforme os cientistas as pesquisas podem salvar milhares de pessoas, com diversos tipos de doenças e para os religiosos (católicos), ou melhor, a igreja católica proíbe, no caso, condena a utilização dos embriões para estes tipos de pesquisas, os grupos religiosos e anti-aborto, a destruição de um embrião é o mesmo que matar um ser humano.
Na opinião de Gisele Rodrigues, auxiliar de enfermagem, estudante da faculdade de enfermagem, a medicina está perdendo tempo e que muitas doenças já deveriam estar sendo curadas, pois é possível melhorar muitas condições de vida com este tratamento.
“As células – tronco são uma nova arma contra doenças e acidentes que atrasam o desenvolvimento da vida de milhares de crianças e adultos. Eu pretendo me especializar muito no assunto para ajudar a humanidade no futuro, inclusive minha tese na faculdade será sobre as células – tronco, como já faço estágio vejo muitos casos complicados, centenas de enfermidades, e não entendo porque a igreja proíbe o avanço da ciência, como por exemplo, o caso da camisinha, eles em vez de ajudarem as famílias a se prevenirem estão aconselhando a procriação de mais crianças”! Na avaliação da auxiliar é fantástico ver um paralítico voltar a andar.
Também na lei dos homens consta a Declaração Universal dos Direitos do Homem, onde se afirma que “todo indivíduo tem direito à vida” (artigo 3).
Nas escrituras sagradas (Bíblia) desde o começo se revela no texto de autoria do rei David (Salmo 139: 13-16): “Foste tu que formaste todo o meu ser; formaste-me no ventre de minha mãe (...). Conheces intimamente o meu ser. Quando os meus ossos estavam a ser formados; sem que ninguém o pudesse ver, quando eu me desenvolvia em segredo; nada disso te escapava. Tu viste-me antes de estar formado. Já estava escrito no livro, antes de eu qualquer um deles existir.” E também em Êxodo: 20-13: “Não matarás”.
Devido a isso o Padre Antonio Teixeira relata, “para a igreja católica um ser humano é vida desde a concepção, a partir do momento do ato sexual consumido, os embriões em vidro são uma vida que está sendo morta, condenamos qualquer tipo de abuso a vida, o aborto é contra tudo, contra a mulher, a criança, os direitos humanos, a consciência e principalmente a Deus.”.
Portanto com as declarações de um cristão e opiniões diversas de leigos, ainda se terá uma grande batalha pela frente, caso a ciência queira realmente avançar e desafiar a Deus, como relata Padre Antonio.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Trechos da entrevista com Marlene Querubim

Entrevista / Cultura

A Dama do Circo”
Mulher de personalidade, Marlene Querubim. Luta contra tudo e contra todos para que o circo se projete, conquiste seu espaço e respeito junto ao público

Kátia Lemos

Paranaense de Cascavel, Marlene Olímpia Querubim, 42 anos, escritora, empresária, poetisa, atriz, fundadora do circo Spacial e da Federação Paranaense de Teatro, hoje também Presidente da Academia Brasileira de Circo, destina sua vida a favor da cultura circense.
Graduada em Matemática largou a Faculdade de Engenharia para concretizar sua fascinação pelo circo. “Fiz o que muitos não têm coragem de fazer, jogar tudo para o alto. E seguir o coração”.
Respeitada por todos do meio artístico, hoje é um exemplo de profissionalismo e determinação ao ser a única mulher que comanda um circo no País, é conhecida como “A dama do circo”, há 23 anos viaja por todos os lugares em busca de reconhecimento e valorização pela arte circense, simplesmente apaixonada pelo circo faz de tudo por ele, experimentando os papéis de empresária circense e diretora de Marketing do próprio circo – O Spacial.
Relata que quando se faz o que gosta você muda todo seu destino e o destino daquilo que você acredita.
Já lançou dois livros sobre seu amor pelo picadeiro, Marketing de circo e Coração na Lona (poesias), no momento escreve o terceiro livro sobre sua trajetória pelo País, obras que mostram como se pode ganhar dinheiro com o circo e amá-lo também.
Seu principal objetivo é que seu trabalho e de seus artistas seja visto com outros olhos pela sociedade em geral, até mesmo pelo Governo, o qual ainda não reconheceu o circo como um incentivo de arte e cultura para o povo.
A seguir, trechos da entrevista realizada no próprio circo Spacial:

Razão- Como surgiu seu amor pelo circo?
Marlene Olímpia Querubim – Quando eu era universitária, já fazia teatro e televisão, então recebi o convite de uma amiga para assistir um espetáculo de circo no Vostok, porque até o momento eu não tinha ligação nenhuma com o circo, somente havia assistido uma vez o circo Garcia e participado como atração no circo teatro que é uma coisa completamente diferente. Assim que eu cheguei ao local e senti o cheirinho de pipoca e serragem me apaixonei, um mundo encantado e diferente, tão despojado e ao mesmo tempo com muita responsabilidade, a partir daquele momento decidi que era o que eu queria pra mim.

Razão – Qual a diferença entre Circo teatro e Circo?
Marlene –
Eu amo circo teatro, adoro circo teatro, na verdade é o teatro dentro de uma lona, eles têm um repertório de 50 peças, 100 peças e cada dia se traz uma peça diferente.
Isso acontecia muito no interior do Brasil, como não se tinha teatro, as companhias
chegavam e apresentavam uma peça por dia para chamar o público, isso é um teatro que tem atividade circense.


Razão – No livro você comenta as empresas que investiram em Marketing no circo e tiveram retorno como a Bauducco Nestlé entre outras, dá pra dizer que se ganha dinheiro no circo ou não?
Marlene –
O circo é uma empresa rentável como qualquer outra, porém hoje não se dá só pra ter o faturamento de bilheteria tem que ter outros faturamentos agregados, os custos aumentaram muito, então você deve buscar outras fontes de renda, que seria o patrocinador, os merchandising, eventos, agregar valores.


Razão – É verdade que você está brigando com a Secretaria da Cultura para ter o dia do circo no Calendário Escolar?
Marlene
– Exatamente, esse é o meu sonho, como o dia dos pais, o dia das mães, hoje é muito fácil pra nós mães, colocar nossos filhos na frente da televisão, DVD, internet, do que levá-lo a participar, porém o circo é muito importante, ele trabalha com a música, com o medo, com o desafio, e assim a criança supera todos os medos.


Razão – Você cita a discriminação circense no livro, em que sentido?

Marlene - Acho que tem um pouco de preconceito, quando você fala todas as artes, dança, música, teatro, tal, e o circo? Temos que separar a imagem que o público tem daquela lembrança de que circo é ladrão de mulher, aquela roupa rasgada, isso é uma imagem preconceituosa. Hoje são 35 grandes, 500 circos médios e 2.000 pequenos, claro que o circo pequeno continua a mesma coisa, vão viver como podem, para se viver tem que ser de circo, fazer magia para aparecer o dinheiro.


Razão – Qual sua opinião sobre a participação de animais em circo?
Marlene -
Eu sou a favor da legalidade, eu acho que o público deve escolher, ele tem que decidir se quer ver os animais ou não. Aconteceram um cinco acidentes graves em 100 anos, então se cair um avião, a gente não vai mais ter avião? [Silêncio]. É verdade, às vezes os animais são melhores tratados no circo do que no zoológico, não tem os pais que maltratam os filhos, é a mesma coisa. É uma sacanagem o que fizeram com as famílias do circo, tiraram os animais e agora cobram para ver no zoológico, qual é a diferença do circo?


Razão – O site folha on line de março de 2006 relata a questão da contratação do circo a pedido da prefeitura de São Paulo para um trabalho social, vocês ainda participam desse programa, como funciona?
Marlene -
Nós entramos numa concorrência na época, o secretário era o Pinot e ele nos aconselhou a embutir no projeto dos ingressos, o transporte também. Eu disse que estava errado, mais enfim... Devido o fechamento do circo Escola Picadeiro, meu inimigo político denunciou este caso à folha, eu sofri uma situação muito constrangedora, pensei até em processar a folha e todo mundo. O Serra foi covarde, pra ele foi muito fácil apenas cancelar o projeto, devido ser época de eleição. Mais eu ainda vou me vingar na próxima campanha da vergonha que eu passei por causa dele.

Quem gostou da entrevista, vai amar assistir o espetáculo do circo Spacial, tem duração de 02 horas e diversas atrações.

Não Perca!!!!!