sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Matéria publicada no site O Estado RJ - Esportes


Conheça a origem do turfe brasileiro, nascido em São Paulo

Após cem anos de existência, o Jockey permanece elegante, porém não mais em seu endereço original

Divulgação
Trens e bondes. Era assim que a sociedade paulista chegava ao primeiro hipódromo brasileiro, que, por sua vez, não era localizado na famosa Rua do Hipódromo, como é conhecida hoje, e sim na Rua Bresser. Com a inauguração do hipódromo, em 1876, conhecido atualmente como Jockey Club de São Paulo, foi na Mooca antiga que nasceu oficialmente o turfe no Brasil.
 
Fatos históricos revelam que, para chegar ao clube de corridas, os frequentadores utilizavam a linha de bondes denominada de Mooca-Centro e uma linha de trem de cargas da prefeitura, que foi adequada para transportar passageiros da Estação da Luz até a Estação Hipódromo, com fundos para a Rua Bresser. 
 
Com direito à banda de música e à presença de um numeroso público, pois as arquibancadas comportavam 1,2 mil pessoas, o cavalo Macaco levou o Primeiro Prêmio da Província, inaugurando assim as raias instaladas nas colinas da Mooca. A mais tradicional prova do turfe paulista, ou seja, o Grande Prêmio São Paulo, foi disputado pela primeira vez em 1923, e o vencedor foi o cavalo Mehamet Ali. 
 
Atual presidente do Jockey Club de São Paulo, Marcio Toledo, que cumpre o final de seu segundo mandato, relatou em uma entrevista para o Jornal do Turfe que é importante lembrar que todo o patrimônio do clube nunca foi construído com dinheiro das elites, e sim dinheiro do apostador. “O turfe não é considerado jogo de azar, mas de prognóstico. Como jogar na bolsa. Na França, é um patrimônio cultural”, acrescenta Toledo.
 
Devido às constantes enchentes no bairro da Mooca, o hipódromo foi transferido em 1940 para o atual endereço, no bairro da Cidade Jardim. Atualmente quem procura o local exato onde ficava o clube não consegue encontrar. Avenidas, parques e diversas outras construções foram erguidas no lugar. Uma referência é que hoje a Administração Regional da Prefeitura de São Paulo está localizada onde ficava a antiga Estação Hipódromo. 
 
O terreno também teve algumas outras utilidades, como a função de aeroporto, ponto de encontro para manifestações de comunistas e anarquistas e até mesmo concentração de presos na época de Getúlio Vargas. Morador antigo da região leste, José Gusmão, 95, vive lembranças da época do hipódromo na Mooca. “Muitas mulheres lindas, elegantes, animais belíssimos. Dava muito gosto de ver, é uma pena ter ido para tão longe”, revela o aposentado.

Uma nova etapa na história do esporte

Estão previstas para o próximo dia 15 de março as eleições para decidir o novo presidente do clube mais famoso de São Paulo. Por meio de voto direto de cerca de dois mil associados aptos a votar, o novo candidato será escolhido. Um debate frente a frente entre os dois candidatos a presidente a respeito do passado, presente e futuro do Jockey foi lançado pelo representante da chapa Jockey Forte, Mário Gimenes, atual diretor geral de Finanças. Em entrevista para o Jornal do Turfe, Mário revelou que defende a continuidade de uma administração feita pelos sócios. “Para os sócios e com os sócios. Conosco, o comando será exercido por diretores não remunerados que pertencem ao quadro associativo”, conta o diretor. O desafio está lançado.

Hoje, o Jockey Club de São Paulo abriga cerca de 1,5 mil animais puro-sangue inglês de corrida, mais 500 cavalos que estão alojados nos centros de treinamento e que ajudam a formar os programas de corridas. O hipódromo conta com quatro pistas, uma de grama com 2.119 metros, e outra de areia, com 1.993 metros de volta fechada, que são utilizadas para corridas oficiais. Além disso, as instalações esportivas contam com mais duas pistas auxiliares de areia, para treinos.

Ainda como no velho hipódromo, quem for ao Grande Prêmio São Paulo irá ver mulheres elegantes e grandes empresários, sim. Além do aumento de público. No ano passado o Jockey recebeu 20 mil pessoas e neste ano espera-se 30 mil - a capacidade total é de cerca de 40 mil pessoas.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Matéria publicada no site O Estado RJ - Esportes


Times paulistas iniciam o ano em busca da recuperação

Equipes visam voltar ao topo do cenário nacional

Reprodução de Internet
Ano novo, vida nova e times renovados. Após as festas de fim de ano e período de férias, tudo volta ao normal. Rotina de treinos, coletivas, jogos importantes. Para alguns dos principais clubes do país, 2011 recomeça com movimentação de jogadores e expectativas para os campeonatos, inclusive o Paulistão, que já tem a bola rolando.

Para o Palmeiras, a contratação de Ronaldinho Gaúcho foi apenas um sonho. Atualmente, o verdão investe em jogadores menos conhecidos, como o lateral direito Cicinho, ex-Santo André; o atacante Adriano Michael Jackson, ex-Bahia; o volante Chico, ex-Atlético (PR); o zagueiro Thiago Heleno, ex-Corinthians; Max Santos e João Vitor, atacante e volante, respectivamente, emprestados pelo Deportivo Maldonado, do Uruguai.

Na opinião do diretor de futebol do clube palmeirense, Roberto Frizzo, um time com 100 anos de tradição tem expectativas zero de errar. “Espero que continuemos a ser vitoriosos. O time está entrosado e agora, após as eleições, estamos avaliando todas as situações e corrigindo-as, se necessário,” conclui.

Santos tem início de temporada empolgante


Para acabar com o lema “procura-se um atacante”, o Santos contratou por empréstimo o atacante Diogo, do Olympiakos da Grécia, que jogou o segundo semestre de 2010 pelo Flamengo. Além do novo reforço, o time da Vila Belmiro conta com Keirrisson e Maikon Leite na linha de frente. E, mesmo com a ausência temporária dos craques Neymar e Ganso, já desponta na frente do Paulistão.

Até agora o Santos é o time que mais contratou para a nova temporada. Os destaques são: o meia Elano, que jogava no Galatassaray da Turquia; Victor Hugo do Santa Cruz (PE); o volante Charles, emprestado junto ao Locomotiv da Rússia; o lateral direito Jonathan, ex-Cruzeiro; e o goleiro Aranha, que estava no Atlético (MG). 

Na visão do presidente do clube santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, o Santos tem desafios importantes em 2011 e o objetivo de entrar para vencer todos os campeonatos. “Temos um time equilibrado e unido, o que nos credencia para sonhar com títulos. Mas o fundamental é que cada atleta sue a camisa até o minuto final e honre o manto sagrado do Santos. É essa luta e dedicação ao time que a torcida espera ver,” declara.

Corinthians e São Paulo também se movimentam

Procurados pela reportagem de O Estado RJ, o São Paulo e o Corinthians não se pronunciaram sobre as expectativas para o ano. Na visão de um dos torcedores do São Paulo Alan Rosa Albuquerque, o time é uma incógnita, ainda vai perder o zagueiro Miranda e também pode perder outro zagueiro, Alex. 

O torcedor, no entanto, faz uma importante ressalva: “Tem a aposta do veterano Rivaldo, uma boa contratação, mas não necessariamente um reforço,” desabafa o são paulino. O Tricolor do Morumbi contará, ainda, com o lateral esquerdo Juan, revelação do próprio clube, que vinha atuando pelo Flamengo. 

Já o Timão, que mais uma vez decepcionou na Libertadores, trouxe como grande novidade o atacante brasileiro naturalizado português Liédson, que já teve uma passagem pelo Corinthians, e o peruano Ramirez, para compor o meio de campo. Ronaldo agora ocupa o posto de capitão do time, título recusado no ano passado. 

A principal baixa fica por conta da perda do meio campista Elias para o futebol espanhol. O volante era um diferencial para o time. Outros reforços da equipe do Parque São Jorge para a temporada foram o zagueiro Walace, ex-Vitória da Bahia, e o atacante Willian, ex- Figueirense.

Lusa quer voltar a figurar entre os grandes 

No caso da Portuguesa, dois atacantes voltam de empréstimos, Dinei e Kempes, além das contratações do goleiro Juninho, do meia Ivo, do volante Ferdinando e do lateral esquerdo Marcelo Cordeiro. Para o técnico do time, Sérgio Guedes, será um bom ano para o clube. “A nossa expectativa é muito boa. Conseguimos manter boa parte da base do ano passado, além da chegada de jogadores importantes. O grupo está forte e motivado para fazer uma boa temporada”, afirma.

Após a perda da hegemonia do futebol brasileiro para times do Rio de Janeiro nos dois últimos anos, as equipes da Terra da Garoa querem resgatar sua força e importância no cenário nacional. Contudo, diante de algumas apostas, contratações modestas e poucas alterações nos clubes para esse novo ano, é esperar para ver e torcer.