terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eleições à vista

                                                                                                                                         Kátia Lemos



Entrar em contato com as redes sociais foi um dos primeiros passos de campanha dos candidatos à eleição 2010. A era da Internet vai esquentar as eleições este ano, os pré-candidatos, como Dilma Roussef (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), viraram tuiteiros para emplacar votos e conquistar os eleitores virtuais.


No dia 03 de outubro, todos os brasileiros devem escolher seus candidatos para o novo governo do Brasil, este ano a eleição será para os seguintes cargos: Presidente da República, Governadores, Senadores e Deputados federais, estaduais e distritais.

Para o PSDB partido do candidato José Serra, o próximo presidente terá que ser um estadista. Ou o Brasil dá esse salto para o futuro ou perderá a oportunidade, aproveitando o fato de estar bem colocado no mercado financeiro mundial.

Porém para sua concorrente petista Dilma, o fato de Serra ter acusado o governo boliviano de narcotráfico não é coisa de um estadista. "Eu chamo a atenção para que haja prudência, porque estadista não faz isso, é incriminar um governo. Dizer que da Bolívia vem droga é uma coisa, dizer que a responsabilidade é do governo [boliviano] é outra diferente”, diz a candidata.

Em todas as eleições presidenciais o tema que sempre trouxe a vitória foi o consumo popular. Esse consumo foi sinônimo de Plano Real em 1994. Com a abrupta redução da inflação, Fernando Henrique se tornou o mais popular político entre os pobres. Com o voto dos pobres ele corroeu os votos de Lula e foi eleito presidente no primeiro turno. O efeito do Plano Real esteve presente em 2008. Mais uma vez ele foi o tema da campanha eleitoral, nesta acompanhado dos grandes símbolos do consumo popular do quadriênio: frango, iogurte, queijo, dentadura e muitas outras coisas que as pessoas de classe média já compravam havia várias gerações, mas os pobres só puderam comprar após controlar o dragão inflacionário. Em 2002, não foi diferente, o consumo dos pobres teve a denominação desemprego. Então, chegou o Lula. Era o pobre defendendo o pobre. O ex-sindicalista defendendo o emprego. E, assim foi eleito.

De acordo com os economistas o nome do consumo popular em 2010 é: imposto.

Esta próxima eleição será singular, pois elegerão o sucessor de um dos políticos mais populares da história do Brasil, sem contar na presença de duas mulheres entre os candidatos mais fortes à presidência. Até o momento não está previsto nenhum candidato de direita, e isto será inédito. Além de também ser a primeira vez desde a reabertura democrática, que o Lula não concorrerá.

Para as campanhas presidenciais estão previstos temas como: as mudanças climáticas e a exploração do petróleo da camada pré-sal como temas principais, ficando de fora a dívida externa, a intervenção do FMI e o desemprego.

A grande discussão será o futuro

Novos centros pesquisam as células-tronco

Kátia Lemos



Elas são de diversos tipos e verdadeiros tesouros, podem originar outros tipos de células e trazer a possibilidade de cura de várias doenças. As chamadas células-mãe são mistérios da ciência e carregam a polêmica de vida ou morte. Podem ser extraídas de células adultas ou embrionárias, possuem a melhor capacidade de se dividir, e tem como principal objetivo recuperar tecidos danificados por doenças e traumas.


Em 2009, vinculados ao Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) foram iniciados o Instituto Nacional de células-tronco em doenças genéticas e o Centro de Terapia Celular em doenças neuromusculares, neurodegenerativas e craniofaciais. A terapia celular com células-tronco poderá ser o futuro da medicina regenerativa, no entanto, está ainda em fase de pesquisa e só é realizada em animais.

Os avanços da medicina fizeram com que muitas pessoas portadoras de genes prejudiciais, passassem a ter mais tempo de vida, antes esses genes eram eliminados pela seleção natural. Hoje, a medicina consegue prolongar e reproduzir a vida. Doenças como a Acondroplasia e o Mongolismo são exemplos de doenças que podem ser revertidas com as células-tronco.

“É importante deixar claro que nem toda doença genética é hereditária. O fato de não ter histórico familiar não impede a criança de ter uma mutação nova e espontânea ou um erro genético na geração”, diz a Presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular e Médica Geneticista Mayana Zatz.

Recentemente o Ministério da Saúde aprovou um orçamento de R$ 14 milhões para continuação das pesquisas, da qual participam hospitais como o Instituto do Coração-SP e o Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras-RJ. No Brasil são feitos anualmente cerca de 2,5 transplantes de medula por milhão de habitantes contra uma média de sete a dez nos países desenvolvidos. As limitações são os custos do procedimento e a baixa disponibilidade de doadores compatíveis.

A médica geneticista Adriana Nascimento acredita que todo o processo de colocar células-tronco em lugares de outros membros do corpo é complicado. “Em todo o processo o difícil é ensinar as células, como comandar que ela se torne algo, se você a envia para o coração, como ela (célula) vai saber que deve se tornar uma artéria, por exemplo, e não uma membrana”, explica Adriana.

Em São Paulo, o mais recente banco de congelamento de cordão umbilical é o Hospital Sírio Libanês (HSL). A criação do programa tem parceria com o Amparo Maternal, um dos mais antigos centros públicos de apoio a gestante na cidade. O sangue do cordão umbilical é muito rico em células-tronco e pode ser usado em várias enfermidades, o objetivo desta parceira é conscientizar as mães da importância que tem esta doação para a medicina.