terça-feira, 5 de agosto de 2008

Trechos da entrevista com Marlene Querubim

Entrevista / Cultura

A Dama do Circo”
Mulher de personalidade, Marlene Querubim. Luta contra tudo e contra todos para que o circo se projete, conquiste seu espaço e respeito junto ao público

Kátia Lemos

Paranaense de Cascavel, Marlene Olímpia Querubim, 42 anos, escritora, empresária, poetisa, atriz, fundadora do circo Spacial e da Federação Paranaense de Teatro, hoje também Presidente da Academia Brasileira de Circo, destina sua vida a favor da cultura circense.
Graduada em Matemática largou a Faculdade de Engenharia para concretizar sua fascinação pelo circo. “Fiz o que muitos não têm coragem de fazer, jogar tudo para o alto. E seguir o coração”.
Respeitada por todos do meio artístico, hoje é um exemplo de profissionalismo e determinação ao ser a única mulher que comanda um circo no País, é conhecida como “A dama do circo”, há 23 anos viaja por todos os lugares em busca de reconhecimento e valorização pela arte circense, simplesmente apaixonada pelo circo faz de tudo por ele, experimentando os papéis de empresária circense e diretora de Marketing do próprio circo – O Spacial.
Relata que quando se faz o que gosta você muda todo seu destino e o destino daquilo que você acredita.
Já lançou dois livros sobre seu amor pelo picadeiro, Marketing de circo e Coração na Lona (poesias), no momento escreve o terceiro livro sobre sua trajetória pelo País, obras que mostram como se pode ganhar dinheiro com o circo e amá-lo também.
Seu principal objetivo é que seu trabalho e de seus artistas seja visto com outros olhos pela sociedade em geral, até mesmo pelo Governo, o qual ainda não reconheceu o circo como um incentivo de arte e cultura para o povo.
A seguir, trechos da entrevista realizada no próprio circo Spacial:

Razão- Como surgiu seu amor pelo circo?
Marlene Olímpia Querubim – Quando eu era universitária, já fazia teatro e televisão, então recebi o convite de uma amiga para assistir um espetáculo de circo no Vostok, porque até o momento eu não tinha ligação nenhuma com o circo, somente havia assistido uma vez o circo Garcia e participado como atração no circo teatro que é uma coisa completamente diferente. Assim que eu cheguei ao local e senti o cheirinho de pipoca e serragem me apaixonei, um mundo encantado e diferente, tão despojado e ao mesmo tempo com muita responsabilidade, a partir daquele momento decidi que era o que eu queria pra mim.

Razão – Qual a diferença entre Circo teatro e Circo?
Marlene –
Eu amo circo teatro, adoro circo teatro, na verdade é o teatro dentro de uma lona, eles têm um repertório de 50 peças, 100 peças e cada dia se traz uma peça diferente.
Isso acontecia muito no interior do Brasil, como não se tinha teatro, as companhias
chegavam e apresentavam uma peça por dia para chamar o público, isso é um teatro que tem atividade circense.


Razão – No livro você comenta as empresas que investiram em Marketing no circo e tiveram retorno como a Bauducco Nestlé entre outras, dá pra dizer que se ganha dinheiro no circo ou não?
Marlene –
O circo é uma empresa rentável como qualquer outra, porém hoje não se dá só pra ter o faturamento de bilheteria tem que ter outros faturamentos agregados, os custos aumentaram muito, então você deve buscar outras fontes de renda, que seria o patrocinador, os merchandising, eventos, agregar valores.


Razão – É verdade que você está brigando com a Secretaria da Cultura para ter o dia do circo no Calendário Escolar?
Marlene
– Exatamente, esse é o meu sonho, como o dia dos pais, o dia das mães, hoje é muito fácil pra nós mães, colocar nossos filhos na frente da televisão, DVD, internet, do que levá-lo a participar, porém o circo é muito importante, ele trabalha com a música, com o medo, com o desafio, e assim a criança supera todos os medos.


Razão – Você cita a discriminação circense no livro, em que sentido?

Marlene - Acho que tem um pouco de preconceito, quando você fala todas as artes, dança, música, teatro, tal, e o circo? Temos que separar a imagem que o público tem daquela lembrança de que circo é ladrão de mulher, aquela roupa rasgada, isso é uma imagem preconceituosa. Hoje são 35 grandes, 500 circos médios e 2.000 pequenos, claro que o circo pequeno continua a mesma coisa, vão viver como podem, para se viver tem que ser de circo, fazer magia para aparecer o dinheiro.


Razão – Qual sua opinião sobre a participação de animais em circo?
Marlene -
Eu sou a favor da legalidade, eu acho que o público deve escolher, ele tem que decidir se quer ver os animais ou não. Aconteceram um cinco acidentes graves em 100 anos, então se cair um avião, a gente não vai mais ter avião? [Silêncio]. É verdade, às vezes os animais são melhores tratados no circo do que no zoológico, não tem os pais que maltratam os filhos, é a mesma coisa. É uma sacanagem o que fizeram com as famílias do circo, tiraram os animais e agora cobram para ver no zoológico, qual é a diferença do circo?


Razão – O site folha on line de março de 2006 relata a questão da contratação do circo a pedido da prefeitura de São Paulo para um trabalho social, vocês ainda participam desse programa, como funciona?
Marlene -
Nós entramos numa concorrência na época, o secretário era o Pinot e ele nos aconselhou a embutir no projeto dos ingressos, o transporte também. Eu disse que estava errado, mais enfim... Devido o fechamento do circo Escola Picadeiro, meu inimigo político denunciou este caso à folha, eu sofri uma situação muito constrangedora, pensei até em processar a folha e todo mundo. O Serra foi covarde, pra ele foi muito fácil apenas cancelar o projeto, devido ser época de eleição. Mais eu ainda vou me vingar na próxima campanha da vergonha que eu passei por causa dele.

Quem gostou da entrevista, vai amar assistir o espetáculo do circo Spacial, tem duração de 02 horas e diversas atrações.

Não Perca!!!!!

2 comentários:

Unknown disse...

Ficou linda sua matéria...Parabéns !

Anônimo disse...

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