terça-feira, 10 de agosto de 2010

Novos centros pesquisam as células-tronco

Kátia Lemos



Elas são de diversos tipos e verdadeiros tesouros, podem originar outros tipos de células e trazer a possibilidade de cura de várias doenças. As chamadas células-mãe são mistérios da ciência e carregam a polêmica de vida ou morte. Podem ser extraídas de células adultas ou embrionárias, possuem a melhor capacidade de se dividir, e tem como principal objetivo recuperar tecidos danificados por doenças e traumas.


Em 2009, vinculados ao Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) foram iniciados o Instituto Nacional de células-tronco em doenças genéticas e o Centro de Terapia Celular em doenças neuromusculares, neurodegenerativas e craniofaciais. A terapia celular com células-tronco poderá ser o futuro da medicina regenerativa, no entanto, está ainda em fase de pesquisa e só é realizada em animais.

Os avanços da medicina fizeram com que muitas pessoas portadoras de genes prejudiciais, passassem a ter mais tempo de vida, antes esses genes eram eliminados pela seleção natural. Hoje, a medicina consegue prolongar e reproduzir a vida. Doenças como a Acondroplasia e o Mongolismo são exemplos de doenças que podem ser revertidas com as células-tronco.

“É importante deixar claro que nem toda doença genética é hereditária. O fato de não ter histórico familiar não impede a criança de ter uma mutação nova e espontânea ou um erro genético na geração”, diz a Presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular e Médica Geneticista Mayana Zatz.

Recentemente o Ministério da Saúde aprovou um orçamento de R$ 14 milhões para continuação das pesquisas, da qual participam hospitais como o Instituto do Coração-SP e o Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras-RJ. No Brasil são feitos anualmente cerca de 2,5 transplantes de medula por milhão de habitantes contra uma média de sete a dez nos países desenvolvidos. As limitações são os custos do procedimento e a baixa disponibilidade de doadores compatíveis.

A médica geneticista Adriana Nascimento acredita que todo o processo de colocar células-tronco em lugares de outros membros do corpo é complicado. “Em todo o processo o difícil é ensinar as células, como comandar que ela se torne algo, se você a envia para o coração, como ela (célula) vai saber que deve se tornar uma artéria, por exemplo, e não uma membrana”, explica Adriana.

Em São Paulo, o mais recente banco de congelamento de cordão umbilical é o Hospital Sírio Libanês (HSL). A criação do programa tem parceria com o Amparo Maternal, um dos mais antigos centros públicos de apoio a gestante na cidade. O sangue do cordão umbilical é muito rico em células-tronco e pode ser usado em várias enfermidades, o objetivo desta parceira é conscientizar as mães da importância que tem esta doação para a medicina.

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