Era uma vez…
Toda menina sonha em ser princesa pelo menos uma vez na vida. Desde cedo, ela aprende nos contos de fada que o príncipe vai chegar a cavalo e levá-la para o castelo. Em 90% das histórias, a princesa veste um lindo vestido rodado, geralmente rosa e cheio de brilho. Um exemplo clássico é o da princesa “Cinderela”.
Não há como negar. Quando se fala em menina, o rosa vem à cabeça. Mas, por que isso acontece? Alguns pesquisadores chineses e britânicos estão estudando as razões da preferência das meninas pelos derivados do vermelho, que incluem o lilás e o rosa. Alguns destes cientistas defendem razões biológicas para isso e outros acreditam que a escolha é meramente cultural. Até agora não há nada concluído.
Somente a partir da década de 20, os pais do mundo ocidental começaram a vestir seus filhos com roupas coloridas. Antes disto, as crianças de ambos os sexos geralmente eram vestidas de branco, e tanto os meninos quanto as meninas usavam vestidos. Apenas na década de 40, esse padrão de cores rosa para meninas e azul para meninos foi determinado no modo como o conhecemos hoje.
Segundo a psicóloga Juliana Potter, não existe razão para reprimir ou incentivar esta fase de cores. “O que podemos fazer é tentar negociar com a criança o uso de outras cores,” diz. É como se este padrão servisse para encaixar a criança em um grupo da sociedade. Não sabemos a explicação exata de o rosa ter esse poder sobre as meninas, mas chega um momento em que o tom impera. E ao se abrir o guarda-roupa, tudo é rosa.
O poder das cores
As cores têm um papel fundamental na vida das pessoas e têm influência mental, emocional e até física. “O rosa está ligado à beleza feminina, ao amor, à simpatia e à gentileza,” relaciona a psicóloga Heloísa Schauff. Já no caso dos meninos, eles não são tão ligados na questão da vaidade e da escolha de cores. E na maior parte do tempo, precisam ser ajudados a escolher o que usam.
Os pesquisadores da Universidade de Princeton (EUA) referem-se a isto como a fase do “Vestido de Babados Rosa”. O grupo acredita que as crianças se conscientizam, com o passar da idade, de que há dois gêneros diferentes e que elas pertencem a um deles. E se expressar dentro desse gênero é importante para o desenvolvimento psicológico infantil. Assim, esse seria um código simplificado para que ela encontre o seu gênero e rejeite o outro.
O estudo da universidade americana sugere que há uma combinação de cultura e biologia nas preferências de cores. Mas a questão continua: a biologia ou a cultura é responsável pela escolha, ou ambas são? Nada para se preocupar, pois com o tempo e amadurecimento das crianças, elas começarão a criar suas próprias identidades e, certamente, optarão por outras cores.
Enquanto não se descobre a resposta, se suas meninas demonstrarem que têm uma paixão intensa pelo rosa, atenda aos desejos dela. Como em um mundo encantado, as bonecas, as casinhas, a roupa que elas usam, o laço de fita e o sapatinho, tudo será rosa. E é assim mesmo que deve ser a vida das crianças: repleta de sonhos, docilidade e alegrias.
http://www.sustentabilidade.natura.net/2010/09/17/era-uma-vez/
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